Foi a maior casa comercial de Mossoró. Seus negócios eram tão vultosos, que Ulrich Graff, seu criador, chegou a contratar embarcações com armadores de portos europeus para transportar mercadorias para Mossoró. Esse fato teve uma repercussão tão grande para a região que passou a atrair outros grandes comerciantes, fazendo com que Mossoró fosse elevada a condição de “Empório Comercial”, pois daqui as tropas de burros levavam mercadorias para abastecer não apenas outras cidades limítrofes no Rio Grande do Norte, mas também da Paraíba e no Ceará. Era uma casa de importação e exportação. Fundada em 16 de novembro de 1868, num dia de segunda-feira, com instalações próprias em prédios construídos em um grande terreno comprado a Souza Nogueira, pela elevada importância de 500$000 (quinhentos mil réis). Para se ter uma idéia do que representava esse valor para a época, basta comparar com o orçamento votado pela Câmara Municipal de Mossoró para o ano de 1867, que era de 251$000 (duzentos e cinqüenta e um mil réis). Johan Ulrich Graff era um empresário suíço, presbiteriano, rico e cheio de idéias progressistas. Chegou ao Rio Grande do Norte pelos fins da década de 1860-70, para se estabelecer comercialmente, juntamente com seus irmãos. Fundou em Natal a “Casa Graff”, especializada na compra e venda de produtos regionais, tais como algodão, açúcar, pau-brasil, cera de carnaúba, etc., tornando-se, em pouco tempo, uma das maiores e mais bem conceituadas empresa do Estado, sendo a única firma capaz de realizar importações diretas de 140.000$ (cento e quarenta contos de réis), o que representava uma verdadeira fortuna para a época. Sua vinda para Mossoró deveu-se ao trabalho intenso desenvolvido pelo vigário Antônio Joaquim, fundador do Partido Conservador do qual foi seu chefe por toda a vida e grande incentivador do crescimento econômico da cidade. O velho vigário convenceu o empresário a investir em Mossoró, alegando que a cidade possuía todas as condições para o desenvolvimento dos seus negócios, tais como volume das mercadorias a serem adquiridas, ter um rio ligando-se com o mar, principal meio de transporte de mercadorias daquela época, numa distância de pouco mais de 30 km. Além disso, possuía uma posição geográfica privilegiada, pois ficava eqüidistante de duas capitais e entre o sertão e o mar. Graff concordou em conhecer a cidade. Veio e concordou com o vigário que para o tipo de negócio de pretendia instalar, Mossoró era o local ideal. Diga-se de passagem, que essa preferência por Mossoró não foi coisa fácil de decidir, pois até o Presidente da Província, Dr. Jerônimo Cabra da Câmara, por motivos óbvios, queria que a escolha recaísse sobre Macaíba, bem mais próxima da capital. A ação do vigário Antônio Joaquim foi tão decisiva que chegou a conseguir a aprovação de uma lei que isentou a Casa Graff & Cia do pagamento dos impostos provinciais durante três anos. O Suíço, um empresário cheio de grandes idéias, além das atividades ligadas ao setor comercial se propunha a maiores empreendimentos, tendo apresentado ao poder público e a sociedade em geral, a criação de uma estrada de ferro ligando o litoral do Rio Grande do Norte ao rio São Francisco, obtendo essa concessão através do Decreto Provincial n.º 5.561, de 26 de fevereiro de 1874. Pelo projeto, a estrada de ferro deveria sair de Porto Franco, em Areia Branca, passando por Mossoró, seguindo pela chapada do Apodi até Pau dos Ferros. O projeto caducou por falta de auxílio financeiro. Mas o espírito de luta desse industrial tornava-o incansável na sua luta pelo desenvolvimento da região. O transporte de cargas era feito, na época, principalmente em lombos de burro, tangidos por tropeiros. A estrada de ferro ligando Mossoró a outras comunidades, seria um grande salto para o progresso. Também foi Graff o idealizador de um núcleo pioneiro de agricultura, ponto de partida da Escola Superior de Agronomia de Mossoró – ESAM, idéia que veio a se concretizar quase um século depois. Com a Casa Graff, Mossoró passou a ter o seu nome projetado em terras do velho mundo, principalmente em Liverpool, de onde vinha grande parte das mercadorias vendidas em Mossoró.
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"A história de um povo não tem começo nem fim. O que conto aqui são trechos de uma História que pode começar a partir de alguns acontecimentos anteriores e terminar no meio de outros que estão apenas começando. E de trecho em trecho, vou contando a História do povo de Mossoró."
(Geraldo Maia)
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