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Mulheres Mossoroenses II

               Dando continuidade à série Mulheres Mossoroenses, que estamos publicando nesse mês dedicado a mulher, apresentamos hoje a figura de D. Amélia de Souza Galvão, que foi a única mulher a participar ativamente do movimento pela abolição antecipada dos escravos de Mossoró.                Amélia Dantas de Souza Melo Galvão ou D. Sinhá Galvão, como era mais conhecida, teve papel de destaque no movimento abolicionista mossoroense, sendo de sua autoria a confecção do Estandarte da Libertadora Mossoroense, feito em cetim, com franjas e letras douradas. Este estandarte, que pode ser visitado no Museu Histórico “Lauro da Escóssia”, é o símbolo maior da abolição da escravatura em solo mossoroense. É a prova do idealismo, da disposição e da luta de um povo em prol da liberdade, luta essa que teve D. Amélia como uma incansável guerreira.                Nas palavras de Raimundo Nonato, “D. Sinhá Galvão foi a mais extraordinária figura feminina de Mossoró, com atividades políticas, sociais e humanitárias do século XIX.” Contagiou-se pelo idealismo do seu marido, de quem se tornou uma cooperadora dedicada e cheia de entusiasmo pela vitória da causa que empolgava as multidões da cidade.                Era filha do também abolicionista e poeta José Damião de Souza Melo, português radicado em Mossoró. Professava a religião presbiteriana, apesar de seu pai ter sido padre em Portugal. Nunca se soube o motivo da mudança de religião. Sabe-se apenas que um dia ele tirou a batina, queimou-a e veio para o Brasil, surgindo como comerciante em Mossoró.                Segundo depoimentos do Major Romão Filgueira, “D. Sinhá era uma mulher dotada de raros predicados morais e culturais, belo espírito de comunicação e de idéias elevadas”. Tomou parte em todas as comissões importantes da Libertadora. Apaixonada pelo movimento, “convida suas amigas, entre elas as das famílias Soares do Couto, Dr. Paulo Leitão e outras, para saírem às casas dos senhores possuidores de escravos, concitando-os a alforriarem seus cativos, chegando ao ponto de quando não podiam receber adesões para o movimento, em virtude da escravidão ser garantida por lei, de se ajoelharem, beijando os pés dos potentados, indiferente aos sofrimentos dos prisioneiros das senzalas, rogando a liberdade imediata dos escravos que possuíam”.                Na memorável sessão de 30 de setembro de 1883, D. Amélia Galvão teve a incumbência de fazer entrega de carta de alforria às mulheres escravas e, a cada uma, beijava, dizendo: “ D. Fulana, a senhora, de agora em diante é tão livre como eu”. Foi um belo e expontâneo gesto.                Mas D. Sinhá Galvão pagou um preço alto por sua luta em prol da libertação dos escravos. Esgotada pelo cansaço adoeceu, contraindo uma tuberculose e dela não conseguiu se curar. Morreu a 14 de novembro de 1890, estando sepultada em túmulo próprio no Cemitério Público de Mossoró. O município de Mossoró a homenageou emprestando o seu nome a uma rua da cidade e a Loja Maçônica “24 de junho”, fundada em --que foi o berço da campanha libertadora, a elegeu como madrinha do Clube das Samaritanas.                É lamentável que Mossoró, em suas homenagens prestadas em cada dia 30 de setembro, jamais tenha se lembrado de prestar uma homenagem a D. Sinhá Galvão.                

  • 17/03/2012
  • por Geraldo Maia
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Comentários (6)

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"A história de um povo não tem começo nem fim. O que conto aqui são trechos de uma História que pode começar a partir de alguns acontecimentos anteriores e terminar no meio de outros que estão apenas começando. E de trecho em trecho, vou contando a História do povo de Mossoró."

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