Sempre senti por meus professores um misto de respeito e veneração. Respeito pela sapiência, pelos conhecimentos acumulados, fruto de muito estudo e muita pesquisa; veneração pela abnegação, pelo desprendimento, pela disponibilidade e prazer de repassar esses conhecimentos para outros. Relembraremos, neste texto, alguns desses abnegados que atuaram numa Mossoró do passado, deixando para o futuro o legado do seu trabalho. A mais antiga notícia que temos da existência de uma escola em Mossoró é a do professor Pinto Brasil, que aqui se instalou por volta do ano de 1835, portanto em pleno regime regencial. Por essa época, o então povoado de Santa Luzia do Mossoró não passava de um pequeno grupamento de casebres, sempre abalado pelas lutas e violência de bando de homens em armas, que infestavam a região, trazendo intranquilidade aos rudes moradores do lugar. Esse é mais ou menos a descrição que Henry Koster fez em suas crônicas, quando por aqui passou no fim do ano de 1810. Apodi sim, era considerada uma cidade de certa importância. Mas foi no povoado de Santa Luzia que o professor José Rodrigues Pinto Brasil instalou a sua escola, tendo matriculado, no primeiro semestre de 1835, 31 meninos enquanto que no segundo semestre foram apenas 29 matriculados. A bem dizer, foi esse “mestre-escola” que implantou o ensino público em Mossoró. No ano de 1843 encontramos registro do professor Francisco de Paula Rodrigues de Paiva, como professor no povoado de Santa Luzia do Mossoró. Em 1853 chegou do Assú o professor José Alexandre Freire de Carvalho e passou a exercer atividades de mestre-escola. É mais ou menos por essa época que se encontra em Mossoró uma professora nomeada e paga pelo Governo da Província. Trata-se de dona Ana Rosa Emília. Os registros que encontramos não revelam até que ano ficou em Mossoró a professora Ana Rosa Emília. A escola do professor José Alexandre, no entanto, crescia a cada ano. Funcionava numa velha casa nas imediações da hoje Catedral de Santa Luzia, na Rua Padre João Urbano, atual Dix-sept Rosado. Já em 1858 encontramos na Vila de Santa Luzia do Mossoró o professor Balduino Valdevino Hermeto da Silva, que lecionava na escola de São Sebastião de Mossoró. Em 1874 a Vila de Santa Luzia já tinha sido elevada ao predicamento de cidade, com o nome de Cidade de Mossoró. Nesse período encontramos como professores de escolas públicas: Luís Carlos da Costa Rocha, Ana Emília Rosa, Maria Carlota Melquíades de Oliveira Castro, Avelino Ildefonso de Oliveira Azevedo, Antônio de Souza Silva, José Venceslau Emerenciano, Juvêncio Tassino Xavier de Meneses, Inácia Juvina de Oliveira Baraúna e Elias Antônio Ferreira Souto. Por volta de 1881 encontramos as professoras Inácia Joaquina do Sacramento e Luíza de França Barros Leal. O professor Miguel Carlos da Costa Rocha manteve escola de ensino particular, de natureza mista, em Mossoró, em período que se pode apontar entre os anos de 1884 a 1892. Nas escolas públicas encontramos o nome dos professores: Luís Carlos da Costa, Francisco Monteiro de Souza, Inácia Joaquina do Sacramento, Joaquim Taurino de Morais Navarro, Gaspar Maranhão, Maria Montezuma de Lima Galvão, Maria Amélia do Couto, Alexandre Soares do Couto e Antônio Laurênio Dantas. Em 1906 encontramos registro da professora Maria Hercolina de Souza Pinto. Sua escola funcionava no velho sobrado pertencente aos descendentes do jornalista José Martins de Vasconcelos, a Rua 30 de Setembro, nº 60, que nele habitou e faleceu em 1947. Dessa época encontramos ainda registro com os nomes dos professores: Manuel Antônio de Albuquerque, Francisca Alves de Oliveira, Francisco Xavier de Miranda, Antônio Martins de Oliveira, Umbelina da Silveira Martins, João Rodrigues, Júlia Alves Bezerra, Germana de Souza Lima e Josué Filgueira de Freitas. Esses foram os pioneiros da escola antiga de Mossoró, que atuaram no período que vai de 1835 até início dos anos de 1900. Na maioria, completos desconhecidos das gerações atuais, mas foram eles que plantaram a semente do saber e da cultura em nossa região.
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"A história de um povo não tem começo nem fim. O que conto aqui são trechos de uma História que pode começar a partir de alguns acontecimentos anteriores e terminar no meio de outros que estão apenas começando. E de trecho em trecho, vou contando a História do povo de Mossoró."
(Geraldo Maia)
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